Thiago Salas é artista e pesquisador cuja trajetória se inscreve nas interseções entre arte sonora, arte tecnologia e práticas contemporâneas de caráter híbrido, explorando de modo experimental as relações entre som, corpo e dispositivos técnicos. Graduado em Música e Tecnologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e mestre em Sonologia pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), cursou ainda disciplinas em Computação Musical e Internet das Coisas (IoT) no Instituto de Matemática e Estatística da USP (IME-USP). Possui formação técnica em Mecânica e Eletrônica pelo SENAI-SP, fundamento que informa sua pesquisa sobre comportamentos sensíveis, improvisação tecnológica e materialidades emergentes.
Atualmente, é professor no curso de graduação em Música do CCBS da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), onde desenvolve atividades de ensino, pesquisa e extensão nas áreas de expressões artísticas e inovação pedagógica, tecnologias da música e processos experimentais de criação, .
Desde os anos 2013, desenvolve produção autoral dedicada a investigar a presença do corpo diante das tecnologias e dos meios de comunicação contemporâneos, articulando sonoridades, objetos técnicos, processos digitais, performance e narrativas que operam na fricção entre humano e máquina. Atuou junto a companhias de dança e teatro na criação de trilhas sonoras e direções musicais, consolidando uma prática que integra composição eletroacústica, espacialização sonora e dramaturgias audiovisuais.
Entre 2007 e 2013 integrou o corpo docente do Conservatório Musical Leopoldo Miguez, ministrando as disciplinas de Teoria Geral da Música, Percepção Musical, Harmonia Tradicional e Acústica. Ao longo de mais de uma década, atuou como arte-educador no campo da arte tecnologia em instituições como SESC-SP, Centro Cultural São Paulo, Centro Cultural Banco do Brasil, Fundação Cultural Banco do Nordeste, UFSCar, Universidad de la República (Montevideo) e Universidad Nacional de Lanús.
De 2009 a 2013 integrou o Projeto Aquarapa no LabCIM/UFSCar, apresentando conteúdos teóricos e artísticos em festivais nacionais e internacionais com foco em arte sonora e música digital. Em 2013 participou da residência no Condomínio Cultural, onde desenvolveu o trabalho ACPM. Em 2014 foi residente do projeto Puentes, parceria entre a Oficina Cultural Oswald de Andrade e a Fundación Nacional de las Artes (Argentina), criando com o dançarino Rakhal Herrero a performance I Love the Microfone, apresentada em São Paulo e Buenos Aires.
No mesmo período desenvolveu o Escritório de Sugestões Musicais, desdobrado em performances e instalações. Em 2015 recebeu premiação no 66º Salão de Abril, em Fortaleza, apresentando a performance Cerne no Centro Cultural Banco do Nordeste. Em 2016, em parceria com a dançarina Talita Florêncio, investigou relações entre corpo e tecnologia por meio de dispositivos sensíveis ao movimento, culminando no projeto APT.LAB, contemplado pelo ProAC Artes Integradas e apresentado em diversas cidades do estado de São Paulo.
Desde 2012 desenvolve a série Paisagens, conjunto de composições plástico-sonoras que exploram dimensões materiais e imateriais da vida urbana, apresentadas em performances, vídeos e instalações. Em 2018 realizou a residência DUPLOS no SESC Santana. Em 2019, no Espacio de Arte Contemporáneo (Montevidéu, Uruguai), desenvolveu pesquisa sobre performatividade sociotécnica e coleções, em diálogo com autores como Gilbert Simondon e Walter Benjamin.
Em 2020 integrou o projeto de arte digital Aquário Hábitos, financiado pelo Fomento à Dança de São Paulo. Em 2021 realizou, pela plataforma APT.LAB, o vídeo Corvina com apoio ProAC LAB Aldir Blanc, e apresentou com Talita Florêncio a performance Fantasmagoria na mostra De Liceiras, em Lisboa. Em 2022 foi artista comissionado pela 10ª Edição do Festival Novas Frequências, criando o trabalho 135ºW 155ºW 35ºN 42ºN.
Desde 2019, desenvolve o projeto Corpos Sonoros, dedicado à criação de aplicativos e hardwares como extensões de instrumentos musicais e do proprio corpo, ampliando reflexões sobre gesto, sensorialidade técnica e ecologias da escuta.